Vida Escolar.

ps: dedico este texto para todos da turma 3001.

Vejo a escola como um viveiro, um ensaio para o futuro que estamos sempre buscando alcançar. Temos a doce ilusão sempre de que, embora o presente seja meio amargo, um tanto imperfeito, o futuro é bom, desenvolvido e lá todas as pessoas se dão bem.
Pobre de nós, tão iludidos de nós mesmos, que mal percebemos que hoje é o mais importante, para que amanhã sejamos um reflexo bom de um passado proveitoso, esse que vivemos o tempo todo na escola.
Esse lugar por muito tempo é a sua segunda casa. Às vezes você passa mais tempo com seus colegas de classe do que com sua própria família. Um ano após o outro e as coisas seguem evoluindo para alguns, renovando para outros, estacionando para aqueles que deixaram os estudos para depois. O que importa é que a todo o tempo passam pessoas em sua vida através da escola.
Não há como falar de pessoas sem mencionar as relações. E agora, nesta última etapa em que eu estou vivendo junto de alguns, é o momento que mais pesa. Nossos olhos estão mais abertos, temerosos pela incerteza do amanhã, mais evoluídos para ver a verdadeira face do mundo. Mas há quem não consiga nos acompanhar. Há quem ainda insista em retroceder e se aponderar de uma tal razão inexistente, onde não há concordância pela maioria. E embora existam essas diferenças, há de se conviver, e todos os dias!
Lamento o fato de não poder corrigir o mundo, eu ainda terei de ser retocada muitas e muitas vezes para chegar ao grau de perfeição [e quando este existir, já não há mais motivos para viver]. A dolosa verdade é que ninguém pode tomar atitudes para mudar o outro sem que ele ache que necessita de uma novidade em si, mas há que ter respeito e sociedade.
O que me espanta é ver que nesse mísero ensaio, muita gente se esquece que daqui há um passo tudo vira "vida real", o jogo começa para valer e não há mais quem possa nos olhar com doçura ou como crianças. Ei! Já somos adultos, ou apenas temos corpos bem desenvolvidos?
Temo não por mim, que aprendi com estas pessoas que me acompanham a conviver e aproveitar de todas as diferenças, algo de bom para mim. Mas sim por aqueles que jamais tiram o sorriso ou o grito da boca, na falta de razão para argumentar.
O que pode se esperar de alguém diante de um ensaio mal sucedido, daqui há alguns breves meses em uma sociedade real?